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Da pandemia da COVID-19

Quando menos se esperava, as forças da natureza anunciam a sua presença!

Um vírus oriundo da China, mais propriamente da cidade de Wuhan, não pretendo saber como, ataca forte uma Europa robusta, teoricamente bem preparada, quase esclarecida e que provavelmente se considerava imune. Só que, à semelhança, nunca será seguramente uma semelhança, outros momentos marcaram a história do mundo, como as epidemias que grassaram, seja a peste negra (1333-1351) que matou cerca de 50 milhões de pessoas, a cólera, a tuberculose, a varíola e já no séc. XX a gripe espanhola com 20 milhões de mortos, o tifo, a febre-amarela, o sarampo, a malária e mais recentemente a sida.

Publicado em 12 de março de 2019, a OMS (Organização Mundial da Saúde) lançava uma nova estratégia global de controlo da influenza, mais conhecida como gripe. “O plano que contempla o período de 2019/2030, visa prevenir a influenza sazonal, controlar a disseminação da gripe dos animais para os seres humanos e preparar governos e sociedades para a próxima pandemia desse tipo de infeção”, aí está, BINGO!

Alguns países da Ásia, a Europa e a América, não estavam atentos aos sinais que sopravam da China!

Se estes, não estavam preparados, porque não atentos, seria lógico que nós portugueses estivéssemos? Serviços de saúde de ponta, com resposta rápida, uma saúde pública organizada, interventiva, esclarecida e esclarecedora nas suas mais variadas ações. As nossas universidades bem consolidadas nas vertentes da investigação, com uma ação dinâmica, promissora e bem definida na procura de respostas terapêuticas à doença, todo um governo em articulação com os demais, focalizado e canalizando o seu esforço para uma gestão da pandemia que não parece ter fim à vista!

E quanto a nós?

Conclui-se que o vírus, o tal SARS-CoV-2, que em 11/02/2020 permitiu que a OMS desse o nome à doença de COVID-19, se transmite de pessoa para pessoa.

Tomam-se de imediato medidas, fala-se dos sintomas (febre, tosse e dificuldade respiratória), limita-se o contágio, com procedimentos bem claros e úteis (distanciamento social, não tossir ou espirrar perto de outros, usar lenços descartáveis, lavar as mãos com água e sabão durante 20 a 30 segundos) e recomenda-se ficar em casa se tiver sintomas, contactar a linha de saúde 24, promove-se o teletrabalho, tudo isto, no sentido e muito bem de travar a gravíssima disseminação.

O método mais seguro para prevenir a doença é evitar a exposição a este vírus.

Controverso o uso da máscara, a OMS e a DGS, por um lado informam que em nada beneficia o seu uso, só serve para quem tiver tosse, evitando assim a contaminação com gotículas respiratórias! Por outro lado, um médico que esteve no “furacão” da pandemia em Wuhan, George Gao, Diretor Geral do Centro de Controle e Prevenção das Doenças da China, vem dizer que o número de mortos não foi tão assustador graças ao uso da máscara, que em muito contribuiu para evitar a propagação da doença, considerando ter sido esse o maior erro do ocidente na batalha contra a COVID-19.

Aqui chegados, será oportuno no momento, pensar, porque reclamar para a nossa terra de Vale de Cambra, um modelo de saúde que responda, sabendo bem que não será exequível nem recomendado, ter infraestruturas de saúde com recursos humanos e materiais preparados para dar uma resposta eficaz em situação de pandemia?

Sabemos da insuficiência contributiva quando da procura de esclarecimento para um problema de saúde, que nem sempre tem resposta à altura e no tempo, para aliviar o sofrimento e a dor!

Todos sofremos, naturalmente por motivos e razões diferentes, embora, obviamente, com um elemento comum, a pandemia COVID-19. Penso que esta é a hora da solidariedade, da cidadania e da responsabilidade para “darmos as mãos”, aguentar para permanecer e para que o amanhã nos permita sem emoções, mas com a esperança e a racionalidade de trazer à mesa esta preocupação, porque para aliviar a “dor”, seguramente encontraremos o conforto de outros, que omnipresentes, olham por nós.

Rodrigo Silva, MT, AME, MDPhD

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