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Vale de Cambra: Meia centena de professores manifestam-se em Lisboa para “travar desvalorização da profissão” 

Professores de todo o país iniciaram em Lisboa greve de 18 dias

55 professores do Agrupamento de Escolas do Búzio, em Vale de Cambra juntaram-se este sábado à contestação de algumas das propostas apresentadas pelo Ministério da Educação no âmbito da negociação da revisão do regime de mobilidade e recrutamento de pessoal docente, mas reivindicam também soluções para problemas mais antigos, relacionados com a carreira docente, condições de trabalho e salariais.

Os professores que dão aulas em Vale de Cambra, partiram de autocarro para a capital com o objetivo comum às dezenas de milhares de profissionais da educação: “por uma profissão digna, por respeito pela educação, por acesso à carreira, por um ensino de qualidade, pela escola pública”. Estas foram algumas das frases escritas nos muitos cartazes que professores de todo o país levaram com eles para a manifestação. 

No cartaz – pintado por Vitor Ferreira, artista plástico e professor do Agrupamento de Escolas do Búzio – os professores que representaram Vale de Cambra em Lisboa, “gritaram” palavras como: escola, valorização, fim das quotas, respeito, luta, precariedade, progressão, carreira, salários, direitos, respostas”. 

Clara Tavares é professora no Agrupamento de Escolas de Búzio e tem sido o rosto do descontentamento dos profissionais das escolas em Vale de Cambra. Quase todos os dias de manhã, está em frente à escola sede, com um cartaz que diz: “É por amor que luto pelos meus alunos, pela escola pública, sou professora”. 

“Este meu grito matinal no portão da escola tem tido direito a palavras de empatia de colegas, funcionários, alunos e até pais”, sublinhou a professora. 

A manifestação deste sábado, em Lisboa, foi uma das maiores dos últimos anos e contou também com outros trabalhadores das escolas. Os organizadores, o Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop), classificou o protesto de “histórico” e fala de mais de cem mil. 

A “marcha pela educação” foi o culminar de duas semanas de greves de professores e auxiliares operacionais que levaram ao encerramento de centenas de escolas por todo o país e deixaram milhares de alunos sem aulas. 

Depois deste primeiro dia em Lisboa, a paralisação segue em Aveiro, Beja, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Leiria, Portalegre, Santarém, Setúbal, Viana do Castelo, Vila Real, Viseu e termina no Porto, no dia 08 de fevereiro.

As greves por distrito desta semana serão também acompanhadas por ações de protesto, segundo o Sindicato dos Professores do Norte (SNP): 17, terça-feira, na Praça de Melo Freitas, em Aveiro; 18, quarta-feira, no Largo das Portas de Mértola, em Beja; 19, quinta-feira, nas Arcadas, em Braga; 20, sexta-feira, na Praça da Sé, em Bragança. Além disso, segundo o SPN, haverá uma manifestação à porta do Ministério da Educação no dia 20 de janeiro às 9h30, data em que se realizará a terceira reunião negocial.

Estas greves foram convocadas pelas organizações sindicais ASPL, Fenprof, Pró-Ordem, Sepleu, Sinape, Sindep, Sipe e Spliu. Lutam contra os responsáveis do Ministério da Educação para o regime de concursos, exigem a “abertura de processos negociais que travem e revertam a desvalorização da profissão docente” e a “urgente alteração do regime de Mobilidade por Doença e solucionar outros problemas que afetam diversos grupos de docentes”.

O Ministério convocou negociações para os dias 18 e 20, mas a Fenprof explicou que as ações de luta agendas iriam manter-se, porque “a convocação de uma reunião, por si só, não altera nada”.

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