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Liga dos Bombeiros reuniu em Vale de Cambra para preparar assuntos que vai levar a Congresso Nacional

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) reuniu, este sábado, pela primeira vez, o seu Conselho Executivo (CE) em Vale de Cambra, uma ação que pode vir a ser “histórica” porque daqui sairão as exigências que vão levadas a discussão no Congresso Nacional, a decorrer em Gondomar, nos dias 11 e 12 de março em Gondomar. 

Em declarações ao Voz de Cambra, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), António Nunes disse que é preciso que o governo central e as autarquias se entendam relativamente aos apoios que têm de dar aos bombeiros. 

Não podemos continuar a ter 1200 carros viaturas de combate a incêndio com mais de 31 anos; não podemos ter uma carreira dos nossos bombeiros que têm contrato com as associações; não podemos receber a noventa dias, seis meses, um ano da saúde, a ter situações em que o INEM, por falta de meios, estamos a atender doentes e uma hora, uma hora e meia depois da primeira chamada”, explicou o responsável, quando reunia com os conselheiros nacionais, em Vale de Cambra. 

Estes e outros assuntos foram abordados pelos conselheiros nacionais num encontro descentralizado que decorreu no salão nobre do antigo Quartel dos Bombeiros de Vale de Cambra e que contou com a presença da direção da federação, dirigentes, comandos das associações e corpos de bombeiros do distrito.

António Nunes falou da importância deste Conselho para os bombeiros portugueses, uma vez que, garantiu estarem “numa situação de grave crise”, devido ao sub-financiamento, às condições de trabalho e à falta de voluntariado. 

“Em primeiro lugar, associações humanitárias estão com bastantes dificuldades em conseguir manter vivas as suas missões face ao sub-financiamento crónico que já vem de alguns anos mas que se tende cada vez mais a agonizar; em segundo lugar, porque é preciso reconhecer que as condições que estão hoje criadas para o exercício da atividade do bombeiro e os corpos dos bombeiros têm também sido abandonadas um pouco pelo Estado e pela sociedade em geral; e em terceiro lugar, a questão do voluntariado, que é hoje uma situação que se prende com a sociedade portuguesa e não só com os bombeiros, porque hoje os jovens têm outros chamamentos que não seja, exclusivamente as causas públicas”, explicou. 

Deste Conselho sairam os pilares para levar ao Congresso Nacional dos Bombeiros que vai decorrer em Gondomar, nos dias 11 e 12 de março.

“É um Congresso no qual pretendemos fazer uma moção estratégica, onde constem os pilares que estão na base e daqui sair um caderno e encargos para apresentar ao Governo de uma forma mais geral”, sublinhou ainda o presidente da Liga. 

A liga dos Bombeiros Portugueses e os bombeiros mostram-se disponíveis para resolver todos estes problemas, mas dizem que é preciso que, “do outro lado, haja com quem falar”.

“É preciso criar uma plataforma em que, a sociedade civil, por um lado, as autarquias por outro e o Governo e administração central, possam, os três, conseguir fazer um género de contrato-programa, para nos podermos capacitar, organizar e gerir os meios para podermos corresponder às populações”, concluiu. 

O presidente da Associação dos Bombeiros Voluntários de Vale de Cambra, Miguel Aguiar Soares, mostrou-se satisfeito por receber o Conselho Nacional em Vale de Cambra, uma ação que acredita ir contribuir para dali saírem os apelos e exigências das associações que vão ser discutidas em Congresso. 

Também é assim que pensa o presidente da mesa dos Congressos, Luis Barreiros que sublinhou que “Vale de Cambra pode marcar o seu nome na história dos bombeiros, se conseguir levar a bom termo os trabalhos que vamos levar ao Congresso”.

Nesta reunião, participou também o presidente da Câmara de Vale de Cambra, José Pinheiro que se referiu às reivindicações dos bombeiros e à importância de vierem a ser atendidas pelo Governo. 

“Temos de olhar para os bombeiros com a importância que eles merecem, porque são eles que, nos momentos de maior preocupação, nos protegem e socorrem”, referiu. 

José Pinheiro disse ainda que este virá a ser um “Conselho histórico onde possam nascer decisões estruturantes e que marquem a vida e o futuro dos bombeiros em Portugal” e garantiu ainda que, a Autarquia valecambrense será sempre uma “aliada” dos bombeiros.

Presente nesta reunião, esteve o comandante dos Bombeiros de Vale de Cambra, Victor Machado que também é vice-presidente do conselho fiscal da Liga dos Bombeiros Portugueses. 

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