No âmbito da Semana Mundial da Vacinação, que decorre de 24 a 30 de abril 2024, promovida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e que celebrará os 50 anos do Programa Alargado de Vacinação, a Unidade de Saúde Pública vem sensibilizar para a importância de a população manter a sua vacinação atualizada.
Este evento é uma prova do triunfo da ciência, da perseverança e da colaboração entre os vários países, e tem, como premissa original, exigir um esforço global para garantir o acesso equitativo a vacinas, que salvam vidas, para todas as pessoas, independentemente da sua localização geográfica ou estatuto socioeconómico.
Desde que Edward Jenner desenvolveu a primeira vacina contra a varíola, em 1796, até aos avanços revolucionários em vacinas contra doenças como poliomielite, sarampo e gripe, a história da vacinação é um testemunho do poder da inovação e da dedicação humanas.
Muitas dessas doenças causavam devastação e morte em comunidades inteiras, mas hoje, graças aos esforços com os programas de vacinação, várias destas doenças consideram-se eliminadas em algumas regiões do globo e, continuam-se a implementar diversas medidas para que se atinja o estatuto de erradicação de outras doenças, como por exemplo a poliomielite. Em apenas cinco décadas, passámos de um mundo onde a morte de uma criança era algo temido por muitos pais, para um mundo onde cada criança, se vacinada, tem oportunidade de sobreviver e crescer de forma saudável. Estes sucessos foram fruto de décadas de pesquisa, desenvolvimento e campanhas de vacinação em todo o mundo.
A vacinação não é apenas uma medida preventiva individual, mas uma salvaguarda para toda a população. Ela protege aqueles que são vacinados, mas também cria uma barreira coletiva que impede a propagação de doenças infeciosas, conhecida como “imunidade de grupo”, um conceito que se tornou ainda mais crucial durante a pandemia de COVID-19.
Os dados da OMS indicam que mais de 4 milhões de crianças tenham sido vacinadas em todo o mundo em 2022 em comparação com 2021, no entanto, ainda existiam cerca de 20 milhões de crianças que não receberam uma ou mais vacinas. Os conflitos crescentes, as crises económicas e o aumento da hesitação em vacinar são algumas das ameaças aos esforços para chegar até estas crianças. Como resultado, o mundo está a assistir ao aparecimento de novas variantes de vírus e a surtos repentinos de doenças como difteria e sarampo que, até agora, estavam quase sob controlo. Embora a cobertura vacinal global seja boa, com 4 em cada 5 crianças totalmente vacinadas, ainda há muito mais a fazer.
À medida que olhamos para o futuro, é com esperança que celebramos os sucessos do passado e nos comprometemos a continuar a trabalhar juntos para um mundo mais saudável e resiliente.
Se tiver dúvidas relativamente ao seu estado vacinal, deve dirigir-se à sua Unidade de Saúde e falar com a sua equipa de Saúde Familiar (Enfermeiro e/ou Médico).
Miguel Pinheiro, Enfermeiro da Unidade de Saúde Pública, Coordenador Local do Programa Nacional de Vacinação