Tenho um amor incontornável à minha terra. E este amor existe porque nasci numa terra de gente criadora, trabalhadora, humilde e dedicada. Habituada, por sinal, a ultrapassar dificuldades.
A forma de como passamos a olhar para o nosso dia a dia mudou, precisamente, porque fomos obrigados a fazê-lo. Uns mais cedo, outros mais tarde. Mas fácil se entendeu que acabou por ser unânime a conscientização de cada um de nós.
Em pouco tempo ficou implícito, para o bem de todos, que o caminho a seguir teria de passar pelo confinamento à nossa habitação e pela adoção do distanciamento social. Ficamos reduzidos ao estritamente necessário, fazendo com que todos (ou a grande maioria) se obrigassem a parar. E talvez o mundo, com esta paragem que se sucedeu, acabou por entender o quão fundamental é o valor de um simples abraço ou de um carinho junto de quem nos é próximo. E que a pressa, muitas vezes, num corre-corre diário, nos afasta daquilo que é mais importante na nossa vida.
O contacto que era de fácil acesso deixou de o ser. Tornou-se digital. Deixou de ser palpável. Tivemos de nos adaptar às condições de um novo quotidiano que, entre a manhã e a noite, na sombra do mesmo tema, repetidamente, se ecoou. Ficamos preocupados e sensibilizados. Porque se trata do nosso povo e porque falamos do direito à vida que deve ser garantido a toda a humanidade. E não há dinheiro algum que pague a vida de um ser humano.
De entre os dados que nos chegam das entidades oficiais, surgem também sinais de esperança de heróis que incansavelmente, nas várias frentes de batalha, dedicam o seu tempo para proteger, recuperar e salvar pessoas. Falo dos maravilhosos agentes do setor alimentar, dos transportes, bombeiros, INEM, forças de segurança, auxiliares e técnicos das IPSS’s, profissionais de saúde, entre todos aqueles que diariamente trabalham para que não falte nada às famílias e para que tudo seja feito para ultrapassar as dificuldades de quem mais precisa. E aqui cabem todos, sem exceção.
A união do nosso povo é de tal forma imparável, que muitos são os que se unem em prol da humanidade para ajudar. São particulares e empresas que demonstram a sua solidariedade, ao ajudarem as nossas instituições, dotando-as de recursos financeiros e materiais tão essenciais para combaterem a sua luta. Também estes, desprovidos de qualquer interesse, merecem um reconhecimento especial. Porque se uniram de forma ordenada e organizada em prol do bem comum, sem pedirem nada em troca, assumindo um papel fulcral nesta altura tão necessária.
São “heróis de máscara” que dão uma esperança redobrada ao mundo. E são estes, no fundo, que merecem a nossa vénia e um eterno obrigado.
Quando a humanidade se junta, só saem coisas destas. E nós, em Vale de Cambra, somos (e temos de continuar a ser) assim! Obrigado, Vale de Cambra!
Até já.