“Pretendemos aumentar de 9.500 para 15.000 camas de cuidados continuados”, revelou a Secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares numa visita que fez, esta sexta-feira, à Unidade de Cuidados Continuados Integrados da Santa Casa da Misericórdia de Vale de Cambra. Unidade que, em sete anos, internou 288 utentes, fez 466 consultas externas e teve 18 mil visitas.
Cristina Maria Santos
Margarida Tavares avançou que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) vai permitir abrir mais 5.500 camas de cuidados continuados em todo o país, passando a rede a contar com 15.000 lugares de internamento, até 2025.
A Secretária de Estado lembrou que o investimento do PRR pretende melhorar a cobertura territorial na área dos cuidados continuados e paliativos. Mas, ainda assim, admite que “não vai ser suficiente”, para assegurar a igualdade de acesso a serviços de qualidade, nos períodos de convalescença e em casos em que é preciso um apoio mais prolongado.
A ocupar funções de Secretária de Estado da Promoção da Saúde, desde 2022, Margarida Tavares, natural de Vale de Cambra, visitou hoje a Unidade de Cuidados Continuados Integrados (UCCI) de Vale de Cambra e sublinhou a importância de estabelecer parcerias entre o Governo e o setor social, como é o caso da Santa Casa da Misericórdia de Vale de Cambra (SCMVC).
A governante lembrou que o objetivo é que esta resposta esteja cada vez mais preparada para os desafios de um país com um dos maiores índices de população idosa da Europa” e que precisa de apoio na manutenção da sua qualidade de vida.
“O Serviço Nacional de Saúde (SNS) precisa de contar com Unidades de Cuidados Continuados e Instituições como a Santa Casa da Misericórdia de Vale de Cambra, para serem parceiros e complementarem a nossa resposta”, referiu.
No seu discurso, o provedor da SCMVC, António Pina Marques reforçou o papel que ocupa a UCCI de Vale de Cambra na região, uma vez que recebe utentes de vários pontos do país, por falta de respostas suficientes.
António Pina Marques lembrou que a Instituição continua a debater-se com o “elevado valor” que paga de renda das instalações onde se encontra a Unidade, que ultrapassa os 5.500 euros por mês.
O responsável, revelou ainda que o projeto de candidatura para a construção da segunda Unidade de Cuidados Continuados no concelho, já deu entrada na Câmara Municipal de Vale de Cambra e que, se for selecionada, a Instituição irá gerir 90 camas deste serviço.
“Um benefício inédito”, afirma o provedor, tendo em conta as lacunas que existem na região e no país a este nível.
O presidente da Câmara de Vale de Cambra, , José Pinheiro tomou a palavra nesta cerimónia para elogiar o serviço que a Misericórdia valecambrense presta ao concelho.
“A Instituição produz um enorme trabalho, com uma vasta equipa de profissionais dedicados”, disse.
O autarca aproveitou a presença da Secretária de Estado para fazer algumas reivindicações para o concelho, na área da saúde.
José Pinheiro referiu-se à importância de, concelhos como Vale de Cambra, voltarem a ter um Serviço de Atendimento Permanente (SAP), para que os “casos menos graves não entupam as urgências dos hospitais”, revelou também que há necessidade da instalação de meios complementares de diagnóstico no Centro de Saúde de Vale de Cambra e, fez ainda um apelo.
O edil pediu a Margarida Tavares para que mantenha abertos os serviços de saúde no interior do concelho e que também os melhore. Falou em concreto no melhoramento do espaço onde se encontra a unidade de saúde da freguesia de Junqueira.
“Vale de Cambra é um concelho disperso, com um Interior que tem uma população idosa e com mobilidade difícil, que precisa de cuidados de saúde próximos”, frisou.
Em resposta ao presidente da Câmara, a Secretária de Estado disse ter registado o apelo e concordar com a centralização dos cuidados de saúde primários”, explicou.
Margarida Tavares falou dos desafios que enfrenta atualmente o SNS, considerando que, apesar de ter de haver melhorias, “há 44 anos que presta um bom serviço e com evolução”.
“Portugal está empenhado para manter este serviço com a qualidade, o acesso e a abrangência territorial, que achamos que deve ter”, afirmou.
Margarida Tavares assume que um dos maiores desafios do SNS são os recursos humanos, e garantiu que o Governo está a trabalhar para encontrar “o equilíbrio necessário para recompensar os profissionais de saúde e garantir que não há vazios que possam por em causa o acesso aos cuidados”.
Presentes nesta sessão, estiveram responsáveis e representantes da área da saúde da região e locais. Os responsáveis pela Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Vale de Cambra, nomeadamente, a diretora Ana Margarida Fernandes, deram a conhecer à governante, as instalações daquela valência.