O empresário de Vale de Cambra, Ilídio Pinho distingiu, esta segunda-feira, o general Ramalho Eanes com o “Grande Prémio Ilídio Pinho”. A cerimónia de entrega do galardão decorreu no Salão Nobre dos Paços do Concelho, no Porto e contou com a presença do presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, do autarca do Porto, Rui Moreira, e de Ilídio Pinho.
Cristina Maria Santos
Trata-se da terceira edição do galardão que visa “homenagear um português de excelência que o país reconheça como um cidadão exemplar”. Uma iniciativa da Fundação Ilídio Pinho, criada em 2000 pelo empresário valecambrense Ilídio Pinho para homenagear a memória do seu filho Ilídio Pedro, perpetuando as suas raízes ao serviço de uma causa maior.
Na cerimónia de homenagem a Ramalho Eanes, Ilídio Pinho reconheceu-lhe a capacidade de liderança enquanto general e como o “primeiro presidente democraticamente eleito pelos portugueses”. Segundo o empresário, o antigo presidente da República “foi o homem que mais poder teve nas mãos e mais poder soube distribuir. Tem a máxima autoridade”, reconheceu.
Ramalho Eanes tem recusado distinções e homenagens, mas abriu uma exceção para receber, o Grande Prémio da Fundação Ilídio Pinho, dedicado à Portugalidade.
Apesar de considerar que “não merecia homenagens”, Ramalho Eanes mostrou-se sensibilizado com a distinção e vincou que não aceitou o valor pecuniário de 100 mil euros associado ao prémio, porque o considerou uma “atribuição excessivamente generosa”.
“Desde muito cedo vi morrer homens em combate pelo país e com a pátria financeiramente pobre tratava os seus descendentes. Prometi a mim mesmo que nunca receberia mais proventos dos que me eram devidos pela minha atividade”, explicou.
Ramalho Eanes recebeu do presidente da Assembleia da República, Aguiar-Branco (em representação do Presidente da República), a medalha do prémio Ilídio Pinho, da autoria do arquiteto Álvaro Siza e o diploma foi entregue por Rui Moreira.
Durante o seu discurso, Aguiar Branco referiu que a palavra de Ramalho Eanes foi sempre escutada por ser “um exemplo maior de cidadania” e lembrou que Portugal lhe “deve muito”.
O ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, considerou Ramalho Eanes “uma referência” para todos os portugueses e disse ser “um farol da integridade, verticalidade e ética”.
O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira frisou que o antigo presidente dedicou a sua vida “a servir o país e a defender os valores da liberdade, do pluralismo e da tolerância” e afirmou que “é um homem do presente e um verdadeiro senador da República”.
O Grande Prémio da Fundação Ilídio Pinho foi criado em 2022 e atribui 100 mil euros a cidadãs e cidadãos nacionais. Já distinguiu o cardeal D. José Tolentino de Mendonça e o arquiteto Álvaro Siza Vieira. A direção-executiva do prémio está a cargo de Carlos Magno. E a organização do evento conta com a parceria da Câmara Municipal do Porto.
Entre as personalidades presentes na cerimónia estava o arquiteto Álvaro Siza Vieira, que foi o galardoado na 2.ª edição do prémio, Elisa Ferreira, ex-comissária europeia, Manuel Pizarro, ex-ministro da Saúde, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas e o Bispo do Porto, D. Manuel Linda.
De Vale de Cambra, estiveram presentes os presidentes da Câmara e Assembleia Municipal, José Pinheiro e Miguel Paiva, respetivamente, presidentes de junta de freguesia de S. Pedro de Castelões e União de Freguesias de Vila Chã, Codal e Vila Cova de Perrinho, o presidente dos Bombeiros Voluntários de Vale de Cambra, Miguel Aguiar Soares, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vale de Cambra, António Pina Marques, empresários e familiares de Ilídio Pinho.