O líder do CDS-PP visitou esta quarta-feira a Tecnocon e a Inocambra em Vale de Cambra, apontando estas empresas como exemplo de setores de exportação que o Governo deve apoiar no contexto pandémico, através de linhas de crédito empresarial com parcelas a fundo perdido e alargando o layoff simplificado até ao final do ano de 2020.
Cristina Maria Santos
Francisco Rodrigues dos Santos veio ao concelho, pela segunda vez, em tempo de pandemia para conhecer a realidade do tecido empresarial de Vale de Cambra, neste contexto.
De um concelho “altamente industrializado”, o líder centrista leva apelos para que o Estado emita apoios diretos “para salvar estas empresas, para que elas consigam garantir os postos de trabalho que empregam”, refere.
O líder do CDS conheceu as dificuldades que a empresa de automação industrial Tecnocon enfrenta atualmente no transporte de equipamentos e na deslocação internacional de técnicos que possam instalar esses mecanismos no estrangeiro. A empresa valecambrense tem um volume de negócios de cerca de 10.400.000€, exporta 60% da sua produção para mais de 40 países e conta com 86 colaboradores.
A empresa, liderada pelo diretor executivo António Moreira, envolve tecnologia de ponta de última geração e recorre à mão-de-obra de jovens altamente qualificados (27 dos seus colaboradores tem formação superior), serve de exemplo de setores que o Governo devia apoiar.
“Os empresários querem ver feitas algumas reformas do ponto de vista administrativo e tributário que passe por um choque fiscal, por uma baixa de impostos a quem cria emprego, a quem quer investir, a quem gere a atividade económica, tornando o Estado um amigo e não um obstáculo a quem quer criar riqueza, para depois ser distribuída por todos quantos contribuem para os ciclos de produção”, refere.
O líder do CDS nacional explica ainda que, para facilitar, do ponto de vista fiscal a produtividade e a competitividade destas empresas, para que elas possam crescer a seguir a esta crise pandémica, devem ser eliminando os pagamentos por conta, alargando o layoff simplificado até ao final do ano de 2020.
“Uma vez que se trata, muitas delas, de empresas exportadoras, o Estado deve, de uma vez por todas, pagar o que deve a estes empresários, criando um mecanismo de acerto de contas que permita descontar os créditos do Estado em pagamento de impostos e contribuições”.
Para além disso, o centrista diz ainda que algumas delas reclamam também uma linha de apoios de financiamento que seja garantida pelo Estado uma percentagem a fundo perdido, “para que eles não resolvam os seus problemas de solvabilidade com mais dívidas”.
A empresa de metalomecânica Inocambra também recebeu Francisco Rodrigues dos Santos e a comitiva CDS que visitaram as atuais instalações e o novo pavilhão, com uma área dedicada à produção que irá aumentar para cerca de 13.000 m2 e que custou à empresa três milhões de euros.
Com 92 colaboradores em Portugal e seis numa empresa na Suíça, o diretor executivo António Augusto Soares Silva, admite que não teve perdas com a pandemia, mas sim atrasos em algumas obras, sendo que exporta 50% da sua produção para países europeus. Revela que, à margem desta crise pandémica, as maiores dificuldades estão em encontrar mão de obra qualificada.
Esta é também uma das recomendações dos empresários de Vale de Cambra que o líder centrista diz levar para o Governo, para que este possa abrir cursos de formação profissional.
“Há oferta de emprego, sobretudo ao nível de quadros intermédios, em funções que são consideradas especificas para estas indústrias que, neste momento, não estão a sair novos quadros do ensino profissional e tecnológico”, frisa.
Também acompanharam esta visita, os centristas concelhios: Pedro Magalhães, líder concelhio, atual presidente da Câmara de Vale de Cambra (CDS), José Pinheiro, membros do partido local.
O presidente da concelhia CDS de Vale de Cambra reforça a ideia do seu líder nacional e diz que é preciso ouvir os empresários, neste caso, o tecido empresarial de Vale de Cambra, sobretudo em tempo de pandemia.
“É preciso ouvir os empresários e saber as dificuldades e recolher informação para definir estratégias do ponto de vista politico a nível nacional”.
Pedro Magalhães refere que Vale de Cambra não foi o concelho que mais sentiu com a situação, mas lembra que há necessidade de fazer um levantamento dos problemas que causou no tecido empresarial.