As chamas estiveram próximas de zonas habitacionais e os moradores têm recorrido a mangueiras, pás, baldes, tratores, para ajudarem os bombeiros a travar o incêndio, que deflagra nos últimos dias na zona de Janardo e encosta de Cabril e Barbeito.
Cristina Maria Santos
Correm pelos caminhos para tentar antecipar as chamas, ajudam os bombeiros, puxam as mangueiras, carregam baldes com água, levam tratores com cisternas cheias de água e, entre o desespero e a vontade de ajudar, a população une-se a bombeiros e proteção civil para controlar o fogo e manter a população e as habitações em segurança.
Foi o caso de Paulo Pinho que mora no Mourio, mas tem família em Cabril, freguesia de S. Pedro de Castelões. Na manhã desta quarta-feira, acorreu ao local do incêndio e levou consigo um trator com uma cisterna de três mil litros de água que espalhou pelo fogo com o objetivo de restringir a propagação das chamas.
Com focos de incêndio e reacendimento, a população do lugar de Janardo e Cabril tem estado alerta, de noite e de dia. Nuno Maria passou esta noite em vigília com o receio de que as chamas chegassem a casa do seu irmão, em Barbeito. Para a noite, tinha já preparada uma piscina com água para a eventualidade de ser necessária para apagar as chamas que pudessem chegar. Nuno Maria tem-se juntado à população para ajudar no que pode. Em sua casa, em Vila Chã, acolhe uma família, com uma bebé de um mês que se viu obrigada a sair da sua habitação, por causa do fumo que se faz sentir.
Nuno Maria, disse compreender que os bombeiros “não podem estar em todo o lado”, mas considerou ser importante que a população tenha mais informação sobre o ponto da situação, “para que possa tomar atitudes mais precisas, como uma eventual e atempada fuga”, explicou ao Voz de Cambra.
Este incêndio dura há três dias e teve início em Oliveira de Azeméis, alastrando-se para Vale de Cambra. Segundo informação da Autarquia e Proteção Civil de Vale de Cambra, a situação está “agora mais tranquila”. O incêndio entrou em fase de rescaldo e vigilância.