Dois estudantes da Escola Secundária do Agrupamento de Escolas do Búzio, deram positivo ao teste ao novo coronavírus. A turma de 12º ano e cinco alunos que contactaram com um dos jovens encontram-se de quarentena até 12 de outubro. Os professores daquele grupo de alunos mantêm-se na escola, já que usam máscara em permanência e mantêm a distância dos jovens exigida por lei.
Os resultados dos testes foram comunicados esta terça-feira ao Agrupamento de Escolas do Búzio pelo delegado de saúde, que decidiu que os alunos infetados não poderão regressar por enquanto à escola e a turma de um dos estudantes infetados foi enviada para casa, de quarentena profilática.
Para além desta turma de 12º ano, mais cinco alunos de outras turmas do mesmo ano também se encontram em isolamento por terem estado em contacto com o jovem infetado, em contexto social, fora da escola.
Sob a indicação do delegado de saúde, a turma, da qual faz parte outra jovem infetada, não se encontra de quarentena, uma vez que esta só terá contraído a doença no fim de semana e já não regressou à escola, não tendo por isso sido motivo de contágio na escola.
Os alunos encontram-se em casa e serão agora contactados pelo delegado de saúde, que irá decidir quem deve ou não fazer testes para saber se foi infetado depois de avaliar a rede de contactos próximos.
Em declarações ao Voz de Cambra, o diretor do Agrupamento de Escolas do Búzio, Pedro Martins adianta que estão a ser tomadas todas as diligências necessárias, sob indicação do delegado de saúde.
“Todas as decisões tomadas até agora foram do delegado de saúde e o Agrupamento só as executa rapidamente para garantir que não há mais contágios”, reforça o responsável.
O diretor lembra que era impensável conseguir avisar todos os encarregados de educação de perto de 3000 alunos que fazem parte do Agrupamento sobre esta situação, pelo que apela à compreensão de todos para com uma realidade sem precedentes, ressalva que toda a informação chegou a todos os a que ela dizia respeito, uma vez que se trata de dados pessoais, referentes a crianças e jovens, sujeitos ao regime geral de proteção de dados.
O diretor está convicto de que não terá havido mais contágios entre a comunidade educativa, uma vez que, por serem alunos do secundário, todos usam máscara e a escola tem regras de segurança que estão a ser cumpridas.
Também sob as indicações do delegado de saúde, foi decidido não ser necessário enviar os professores para casa já que as regras de segurança estão a ser cumpridas.
Para a turma e os cinco alunos do 12.º ano, agora em quarentena, a Escola já ativou o ensino à distância, seguindo todos os protocolos da direção geral de saúde e do Plano de Contingência da Escola.
“Hoje, estes alunos já receberam todo o material necessário para seguirem as aulas à distância, que poderão ser síncronas ou assincronas, utilizando a video-conferência, email, ao mesmo tempo que as aulas decorrem na escola”, explica.
Pedro Martins lembra que a escola continua a ser um local seguro para os alunos, desde que os alunos cumpram as regras estabelecidas e que estes casos vieram de fora da escola.
O alerta foi dado no início desta semana pelo presidente da Câmara de Vale de Cambra, José Pinheiro ao Delegado de Saúde, que tomou as devidas diligências.
Depois de alertar os serviços de saúde, José Pinheiro explica que o processo é “demorado e complexo”, tendo em conta o trabalho de investigação das redes de contactos dos alunos.
José Pinheiro mostra-se preocupado com a subida do número de casos no concelho e diz que o vírus já se encontra na comunidade, em contexto familiar.
Sobre o sucedido com duas pessoas de Vale de Cambra que foram detidas nos dias 26 e 28 de setembro, por violação do confinamento, José Pinheiro diz não compreender a atitude destes munícipes e apoia o trabalho desenvolvido pelas autoridades policiais na vigilância e acompanhamento destas situações.
“Estas pessoas estão a desrespeitar a lei e a por em causa a saúde pública, tendo em conta que se trata de uma doença contagiosa”, alerta o presidente.
Até ao momento, a pandemia já provocou em Vale de Cambra: 13 mortes, 25 casos ativos e 47 pessoas a serem vigiadas por suspeita de terem contraído a doença que já atingiu 191 cidadãos valecambrenses, desde o início da pandemia, em março deste ano.