Tinha 72 anos, mais de 50 dedicados à escrita e ao teatro, onde representou mais de 200 papeis diferentes. Alberto Bastos faleceu no primeiro dia do ano de 2022.
Alberto Bastos contava mais de meio século de carreira, com um percurso marcado por várias atuações no teatro, mas também era reconhecido pela sua veia humorística fora dos palcos.
De carreira multifacetada, o artista destacou-se com diversos papeis no teatro, como ator e encenador, mas também na escrita, tendo publicado diversos trabalhos em jornais, boletins e revistas.
Alberto Tavares de Bastos nasceu em S. Pedro de Castelões e escrevia desde a adolescência. Publicou os livros de poemas “Bailam Flores”, em 1999; “Um Grito na Noite dos Tempos”, em 2000; e “Alguém, em 2008. Publicou a sua primeira obra de teatro “Palco da Vida”, em 2006 e a “A Máscara”, em 2015.
Alberto Bastos pisou o palco pela primeira vez aos 12 anos, em 1960, no salão da fábrica “Almeida & Freitas”.
“Foi o meu batismo artístico e lembro-me de rir muito e tremer”, recordou Alberto Bastos ao Voz de Cambra, em 2020.
De 1975 a 1978, fez parte do elenco cénico do Grupo Recreativo e Cultural de Cavião e, a partir de 1993, integrou o Grupo Cénico da Associação de Promoção e Desenvolvimento de Castelões (APDC), onde foi ator e habitual encenador.
Participou em vários eventos do concelho, como; “Rusga à Sra. da Saúde”; “…da Lusitânia ao Foral”; “Queima do Galhofeiro”; Carnaval de Vale de Cambra, mas também em iniciativas em concelhos limítrofes, como por exemplo: Viagem Medieval em Terra de Santa Maria e a Feira Medieval de S. João da Madeira.
Entre muitas representações, em 2016, encenou a peça “Volfrâmio – Suor o deu, miséria o levou”, um trabalho de longa pesquisa, onde entrevistou alguns idosos que sobreviveram ao drama de outrora.
No final de 2017, Alberto Bastos resolveu terminar a sua carreira de palco, dando lugar às novas gerações, mas já tinha planos para quando terminasse a pandemia Covid-19.
“Não abandonei a arte e tenho no prelo uma nova peça em três atos, cuja publicação terá lugar quando a presente situação pandémica do país se desvanecer. Esta obra, ficará disponível para quaisquer grupos cénicos que queiram levá-la à cena”, explicou.
O “professor Alberto bastos”, como era habitualmente chamado, aproveitou para agradecer a todos quantos o reconheceram nesta vida artística.
“Bem hajam, todos aqueles que me acompanharam ao longo deste longo percurso e ao público maravilhoso que nunca me regatearam aplauso e crítica. Obrigado”, concluiu.
No primeiro dia do ano de 2022, Vale de Cambra lamenta e despede-se do artista que marcou o teatro no concelho.
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