Com o país ainda em estado de emergência e sujeito a dever geral de recolhimento, os 46 anos do 25 de Abril foram celebrados em Vale de Cambra com o hastear de bandeiras nos Paços do Concelho. Assembleia e Câmara lembraram que força mobilizadora de Abril de 1974 é agora necessária para combater esta pandemia.
Vale de Cambra assinalou hoje o 46.º aniversário da Revolução dos Cravos com a realização da cerimónia do hastear de bandeiras, nos Paços do Concelho.
Presentes, estiveram, o presidente da Assembleia Municipal, Miguel Paiva, o presidente da Câmara de Vale de Cambra, José Pinheiro, o vice-presidente, António Alberto Gomes, dois membros da Assembleia Municipal, Henrique Dias e Albino Almeida e os vereadores, Pedro Almeida e Nelson Martins.
Os presidentes da Assembleia e Câmara Municipal declararam ao Voz de Cambra que, nunca como antes fez tanto sentido celebrar a liberdade, principalmente em tempo de confinamento obrigatório e que, pelos valores que lhe estão associados, não pode o Município, ainda assim, deixar de sinalizar a efeméride.
“Vamos aproveitar o maior isolamento para redescobrirmos a força interior que jamais deixará abafar o grito de liberdade que há 46 anos ecoa na mente dos portugueses”, referiram.
Os representantes do Município valecambrense lembraram ainda que o concelho “vive circunstâncias tristes, com muito sofrimento, constrangimentos diversos e confinamento de pessoas”, mas que a força mobilizadora de Abril de 1974 é agora necessária para combater esta pandemia.
“Essa força mobilizadora, esse orgulho que nos motiva e incute confiança, essa combatividade por boas causas, é tanto mais necessário quanto defrontamos presentemente dificuldades de monta decorrentes do novo coronavírus, denominado SARS-CoV-2, responsável pela doença Covid-19”, reforçaram.
O Município disse continuar “na primeira linha” deste esforço coletivo, “sem desânimo” e ciente de que as condições que Abril nos deu “são essenciais para o cabal desempenho dessa tarefa”, concluíram.
Em declarações ao Voz de Cambra, os vereadores do PSD e do PS, Pedro Almeida e Nelson Martins também deixaram uma mensagem aos valecambrenses, no dia em que se assinala a Revolução dos Cravos.
Pedro Almeida lembrou que a liberdade e a democracia são valores cívicos e políticos que permanecem inalienáveis.
“Hoje 25 de abril de 2020 assinalamos o Dia da Liberdade, num dia que é histórico porque, paradoxalmente, algumas das nossas liberdades cívicas estão condicionadas, não por razões políticas, mas por questões sanitárias. Apesar de todos os constrangimentos impostos pelo estado de emergência e pela pandemia global que o originou, a liberdade e a democracia são valores cívicos e políticos que permanecem inalienáveis. A liberdade é como o ar que respiramos, só damos conta do quanto é importante para nós quando sentimos a sua falta. Nenhuma sociedade evolui e se desenvolve humana, social e economicamente sem liberdade e democracia. A paz e a justiça são bens essenciais que só se realizam inteiramente quando há liberdade e um estado de direito democrático. É isso que todos nós devemos ao 25 de abril de 1974”, afirmou o vereador.
Nelson Martins lembrou que é tempo de olhar para a democracia, mas também para o desenvolvimento e para a economia.
“46 anos se passaram desde que um grupo alargado de militares conscientes derrubou um regime já com cheiro a mofo e a naftalina. Quase meio século passado, entre o comodismo do bem-estar que a democracia nos proporciona e o medo impregnado pelo Covid-19, considero que é tempo de renascer e de dar um novo sentido aos D’s de democracia e de desenvolvimento, porquanto passado o efeito sanitário da pandemia será necessário acudir à economia. Ficar em casa é fundamental para salvar vidas, contudo relançar a economia é fulcral para manter a qualidade de vida das pessoas. Abril e os jovens militares de 74 merecem que saibamos dar o melhor de nós”, afirmou o vereador.