A Área Metropolitana do Porto (AMP) e o município de Vale de Cambra convidaram a comunidade para o debate público da Versão Zero da Carta Metropolitana para a Cultura, sessão que decorreu neste sábado, dia 4 de março, nas instalações da Biblioteca Municipal de Vale de Cambra.
A sessão ficou pautada pelo debate que contou com a participação de agentes culturais do concelho de Vale de Cambra e pela apresentação das suas ideias para melhorar a Carta Metropolitana para a Cultura.
A iniciativa contou com a presença de João Carapeto, secretário da Comissão Executiva Metropolitana do Porto, do presidente da Câmara de Vale de Cambra, José Pinheiro e da vereadora da Cultura, Mónica Seixas.
João Carapeto sublinhou a importância destas sessões para se poder fazer um levantamento dos agentes culturais em cada município, das instalações e equipamentos culturais já existentes, do património de todo o território.
O presidente da Câmara de Vale de Cambra, José Pinheiro lembrou que este é um trabalho que irá beneficiar Vale de Cambra, porque vai permitir dar a conhecer o seu património cultural, valorizar a identidade do concelho e, a partir daí, criar novas iniciativas artísticas.
“Vale de Cambra revê-se muito na primeira área prioritária de atuação do Património Cultural e Criação Contemporânea, porque somos detentores de uma cultura produzida pelas pessoas, que pode vir a ser uma inspiração para a criação comptemporânea de várias iniciativas”, sublinhou a vereadora da Cultura, da Câmara Municipal de Vale de Cambra, Mónica Seixas, ao Voz de Cambra.
A segunda área de atuação do documento remete para a criação de uma Plataforma Metropolitana para a Cultura, que seria um espaço de produção de conhecimento e de saber sobre o setor cultural e criativo do território, sendo simultaneamente um instrumento de trabalho para os profissionais e um espelho do território e da comunidade.
Este tema foi, de resto, abordado pelos agentes culturais valecambrenses presentes nesta sessão, uma vez que lembraram as dificuldades que têm em estabelecer contactos com outros grupos de outros municípios. As associações que, por exemplo, têm espaços e equipamentos preparados para receber eventos, não têm como os dar a conhecer, nem conhecer outros que existem no território. Mónica Seixas também considerou ser este o caminho para os agentes culturais do concelho, como por exemplo os ranchos folclóricos e de teatro, conseguirem dinamizar eventos noutros municípios e vice-versa.
Foram vários os contributos dados pelos agentes culturais que participaram nesta sessão. Entre eles, a possibilidade de poder vir a existir uma união entre municípios que promova em contexto rural as aldeias culturais.
Para além disso, as associações colocaram ali em questão a possibilidade de – na eventualidade de Vale de Cambra ser o único município deste território, onde o Santo António é padroeiro – se evidenciar este facto e promover esta ideia culturalmente. Neste sentido, a AMP ficou de analisar esta hipótese.
A terceira área de atuação desta Carta, tem a ver com a Cooperação regional e internacional, no sentido de desenvolver projetos e políticas enraizadas localmente, mas abertas à participação e às aprendizagens de atores que podem estar em qualquer parte do país ou mundo. Neste contexto, o secretário da Comissão Executiva Metropolitana do Porto deu mesmo o exemplo do evento, recentemente realizado na antiga fábrica Martins & Rebello: “A Fábrica”, que envolveu e capacitou os agentes culturais do concelho, o que resultou numa produção artística de âmbito nacional.
A vereadora da Cultura considerou ser esta uma área importante para o Município criar eventos com candidaturas a fundos nacionais, mas também comunitários.
Mónica Seixas refere-se ainda ao Plano Estratégico Municipal para a Cultura que está a ser elaborado pela Autarquia, onde já incluiu a necessidade de envolver e capacitar os agentes culturais do concelho para a criações artísticas ligadas às raizes, mas também ao contemporâneo.
A Carta Metropolitana para a Cultura pretende ser o principal instrumento de elaboração, execução e análise das políticas culturais da Área Metropolitana do Porto.
“Preconiza uma forma de estar, de pensar, de fazer e de orientar cultura assente num conjunto de Princípios e Áreas Prioritárias de Atuação partilhados por todos os seus subscritores”, refere o documento.
A AMP tem vindo a realizar estas sessões de discussão pública em todos os municípios integrantes, com o objetivo de gerar e aprofundar a discussão à volta da Carta, cuja versão Zero é o resultado de um esforço de consulta e diálogo com os municípios, os agentes culturais, a academia e a comunidade, rumo a uma versão final.
Consulte aqui, a “versão zero”.