O PS propunha a criação de uma comissão organizadora do 25 de abril para celebrar os 50 anos, em 2024. O CDS rejeitou-a, o PSD votou a favor.
A maioria dos deputados (CDS) na última Assembleia Municipal de Vale de Cambra manifestou-se contra a proposta dos eleitos pelo PS para a criação de uma comissão para “evitar o que aconteceu nas comemorações deste ano”, refere a nota de imprensa.
O partido defendeu que as comemorações do 25 de abril deste ano, organizadas pela Assembleia e Câmara Municipal de Vale de Cambra “pouco dignificaram a data, o concelho e inclusive o convidado da sessão”, Ribeiro e Castro, fundador do Movimento 1.º de Dezembro.
“Queremos honrar todos aqueles que tanto lutaram para que pudéssemos viver em democracia”, explica o documento.
Jorge Pinho, líder da bancada do PS, revelou que a comissão deveria ser “ampla”, constituída por representantes dos três partidos com assento: CDS, PSD e PS, e que representasse e envolvesse toda a comunidade.
“Deveríamos ir para lá do protocolo e das salas pomposas e irmos ao encontro de toda a comunidade pois apenas assim se celebra a democracia”, frisa.
No debate em Assembleia Municipal, sobre a proposta do PS, a bancada do PSD votou a favor porque disse já tinha feito chegar ao presidente da Assembleia Municipal essa mesma intenção.
“Uma comissão, composta por todas as forças partidárias e presidida por alguém que seja uma referência para a população só engrandecia estas comemorações”, revelou ao Voz de Cambra, o líder da bancada social democrata na Assembleia Municipal, João Carvalho Silva.
Segundo João Carvalho Silva, “temos a responsabilidade de estimular a sociedade a participar na causa pública e esta comissão seria um sinal importante de abertura da autarquia à população”, acrescentou.
O CDS/PP votou contra esta proposta, com uma abstenção. Em declarações ao Voz de Cambra, o líder da bancada do CDS na Assembleia Municipal, José Soares justificou esta posição por “não encontrarem na proposta uma fundamentação suficiente que justificasse a criação da comissão”, explicou. José Soares e a sua bancada entendem que, em conformidade com o que tem sido tradição em Vale de Cambra ao longo dos anos, “deverá ser a Assembleia Municipal em parceria com a Câmara Municipal a tomarem a iniciativa de organizar as comemorações, na qualidade de representantes dos cambrenses, legitimados pelo seu voto”, revelou ainda. O líder do CDS disse ainda não haver qualquer dúvida que a presidência da Assembleia Municipal e o Executivo Municipal “têm a capacidade e a competência adequadas à organização da celebração em Vale de Cambra dos 50 anos do 25 de Abril com a dignidade que a data merece”, adiantou.
Em declarações ao Voz de Cambra, o presidente da Assembleia Municipal de Vale de Cambra, Miguel Paiva, entidade organizadora do evento, admite que houve uma falha no envio dos convites e que, por isso, o salão nobre dos Paços do Concelho não estava lotado, mas lembrou que já teve oportunidade de justificar a situação e que, ainda assim, a cerimónia “dignificou” a data comemorada.
Quanto à proposta do PS, Miguel Paiva considerou que “não foi devidamente fundamentada” e que, por isso, a sua posição foi em conformidade com a bancada do CDS, ou seja, contra.
“A proposta apresentada foi precipitada, uma vez que não eram explicados pormenores para a sua constituição, nem tido em conta se havia ou não verbas para tal, por exemplo”, afirmou.
Miguel Paiva adianta ainda que Vale de Cambra irá celebrar a data-marco de meio século de liberdade e democracia em 2024.
O presidente da Câmara de Vale de Cambra, José Pinheiro também concorda com a posição tomada pela bancada do seu partido, porque diz que a proposta apresentada pelos membros eleitos pelo PS “não tinha fundamento”, disse ao Voz de Cambra.
José Pinheiro considera que os argumentos utilizados não estavam explicados e que a constituição de uma comissão tinha de ser bem definida.
O presidente da Câmara adianta ainda que o próximo 25 de abril será preparado e comemorado com a relevância que a data merece.