Entrevista com o candidato do PS pelo circulo de Aveiro, Pedro Nuno Santos.
Em entrevista ao Voz de Cambra, o candidato do PS pelo circulo de Aveiro, Pedro Nuno Santos, salientou que o facto de ter nascido e crescido em S. João da Madeira, o faz considerar que o distrito de Aveiro é a sua “casa” e, por isso, a recandidatura pelo circulo de Aveiro. O também candidato a primeiro ministro, disse conhecer bem a realidade do concelho de Vale de Cambra e salientou a necessidade de criar mais habitação pública, melhores transportes e uma maior capacidade para fixar jovens no concelho.
Cristina Maria Santos
Nestas legislativas concorre, mais uma vez, como cabeça de lista pelo círculo eleitoral de Aveiro. Porque volta a candidatar-se?
Sempre que fui candidato à Assembleia da República fi-lo pelo distrito de Aveiro. Mantive essa opção em 2024, quando fui candidato a primeiro-ministro pela primeira vez e voltei a fazê-lo agora. Nasci e cresci em S. João da Madeira e o distrito de Aveiro é a minha “casa”, pelo que não faria sentido ser de outra forma.
Conhece bem a realidade de Vale de Cambra. Ao pensar neste concelho, que medida pensa tomar de imediato para esta região, se vier a ser eleito primeiro-ministro?
Vale de Cambra precisa de mais habitação pública, melhores transportes e uma maior capacidade para fixar jovens. Por isso, beneficiará da aplicação do nosso programa. O PS propõe reforçar a mobilidade com transporte flexível e acessível, garantir habitação jovem e atrair investimento através de incentivos à instalação de empresas. Estas medidas integram-se na estratégia nacional de coesão territorial, dando continuidade ao programa “Trabalhar no Interior” e à Agenda para a Inovação no Interior.
Vale de Cambra é um dos concelhos da AMP que mais sofre com a sua interioridade. No seu programa eleitoral defende “um interior com futuro”. Que medidas em concreto podem beneficiar concelhos como o de Vale de Cambra?
Queremos romper com a ideia de que interior é sinónimo de atraso, de inferioridade. Por isso, apostamos numa estratégia integrada para os territórios de baixa densidade, com incentivos ao investimento produtivo e à criação de emprego qualificado, fomentando o reforço da rede de ensino superior e profissional e valorizando as dinâmicas locais de inovação. Apostamos na digitalização da economia local e no apoio à transição verde. Uma política integrada de investimento estratégico, inovação e emprego é essencial em regiões como Vale de Cambra, permitindo atrair e fixar novas gerações.
Num concelho dominado pela indústria metalomecânica, no seu programa eleitoral, o PS aposta na “Economia do Mar” para a dinamização e transformação deste setor. É este o novo paradigma para estas empresas?
A economia do mar afirma-se hoje em novos setores, para lá dos tradicionais, o que perspetiva para Portugal oportunidades relevantes de crescimento económico assente na inovação e no conhecimento. Nesse contexto, o PS pretende desenvolver os setores que promovam a industrialização e a descarbonização do país, dinamizando e transformando os domínios da construção, reparação naval e da metalomecânica. Apostaremos, designadamente, nas energias renováveis oceânicas, prosseguindo assim o trabalho em curso no mercado eólico offshore e na construção de uma nova geração de embarcações. É este caminho, de transformação da economia e trabalho integrado pelo desenvolvimento sustentável do país que queremos trilhar.
Em termos gerais, o que diferencia o programa da PS do apresentado pelo AD?
Muito haveria a dizer, quase ponto a ponto. Mas sucintamente, o PS apresenta um programa sério e realista, com contas bem feitas e elaborado com a experiência de quem sabe governar. O PS propõe reduzir as propinas até à sua eliminação, reforçar o SNS com mais profissionais e investir em habitação pública para arrendamento acessível. Defende aumentos salariais e apoios à fixação de jovens no interior. Queremos melhorar o rendimento disponível das famílias. Enquanto o PS aposta num Estado social forte, que promove direitos e a igualdade de oportunidades para todos, o modelo da AD é centrado em isenções fiscais cegas e privatizações. Diria que o PS governa a pensar em todos e a AD governa só para alguns.