Depois de “A Fábrica – Memórias e Sonhos”, apresentado em 2022 – que mobilizou quatro centenas de figurantes e milhares de espectadores em torno da memória industrial e coletiva da antiga fábrica Martins & Rebello – o Teatro do Bolhão regressa com a estreia de “Palcos do Mundo – Fábrica”. O evento vai acontecer nos dias 26 e 27 de setembro e pretende abordado o tema da inclusão da comunidade migrante na região.
Cristina Maria Santos
Cerca de duas centenas de pessoas vão participar num espetáculo sobre solidariedade e inclusão, naquela que foi primeira fábrica de laticínios do país.
É através de laboratórios artísticos, que o projeto “Nós – Palcos do Mundo” pretende promover o encontro entre culturas e a integração nas comunidades de acolhimento.
O espetáculo “Palcos do Mundo – Fábrica” é promovido pela ADRIMAG em parceria com o Teatro do Bolhão e os municípios de Arouca, Castelo de Paiva e Vale de Cambra, num projeto financiado pela Portugal Inovação Social.
Segundo nota de imprensa, o evento reflete sobre “as caminhadas de mulheres, homens e crianças que procuram um lugar para viver, sonhar e reconstruir a vida, inspirado pela frase do Papa Francisco “Somos todos imigrantes. Ninguém tem morada fixa nesta terra”.
“Mais do que um retrato da fuga à miséria, ao medo e à guerra, é um elogio à esperança, à solidariedade e à capacidade de comunidades como Vale de Cambra se abrirem ao mundo e acolherem o outro. Aqui, não há “nós e os outros”: há uma só comunidade de caminhantes, feita de diferentes histórias que constroem um mesmo futuro”, revela o documento.
Em declarações ao Voz de Cambra, a vereadora da Cultura, Mónica Seixas, disse tratar-se de um evento que visa a integração das comunidades migrantes por via das artes performativas.
“A arte é uma linguagem universal e tem o poder de unir povos e culturas. O espetáculo será uma mostra disso mesmo, uma vez que vão estar a participar comunidade local, associações e migrantes”, adiantou.
As portas abrem às 18h30, e aqui será possível saborear a gastronomia de diferentes lugares do mundo. Às 21h30, o espetáculo ganha forma com a participação de cerca de 200 pessoas, entre pessoas da comunidade, associações e grupos locais, num gesto de criação conjunta que dá corpo ao “espírito de solidariedade e inclusão”.
“A emblemática fábrica Martins&Rebello será palco de mais um espetáculo cultural de grande qualidade artística e que será certamente memorável”, frisou a vereadora.
A entrada é gratuita, mediante levantamento de bilhete na bilheteira do CAE Vale de Cambra (máximo de 2 bilhetes por pessoa), disponível a partir de hoje, 17 de setembro. A bilheteira funciona de quarta a sexta-feira, das 13h00 às 19h00, e ao sábado, das 10h00 às 13h00.
Depois de “A Fábrica – Memórias e Sonhos”, apresentado em 2022 – que mobilizou centenas de pessoas em torno da memória industrial e coletiva e milhares de espectadores – o Teatro do Bolhão regressa à antiga fábrica Martins & Rebello, agora com dois dias de espetáculos.
“Trata-se de dar oportunidade a mais pessoas de assistirem”, explicou Mónica Seixas.
Em 2022 Martins & Rebello recebeu “A Fábrica – Memórias e Sonhos”
Em 2022, o espetáculo evocou momentos históricos fundamentais da identidade cultural da Martins & Rebello, primeira fábrica de laticínios do país, indústria base da maior parte do tecido empresarial que, até hoje, se foi estabelecendo em Vale de Cambra.
A iniciava contou com a participação de centenas de figurantes, muitos deles faziam parte de associações e particulares do concelho de Vale de Cambra.
O espetáculo contou ainda com oito stands com produtos locais, como o vinho, mel, broa, rojões e o queijo Martins & Rebello.
Hoje, Martins & Rebello é uma marca centenária. A família Rebello, fundadora da Indulac Industrias Lácteas SA, representa a 4ª geração do negócio e assegura a continuidade da sua história, essência e tradição, na produção dos seus produtos.
As instalações da antiga fábrica vão ser adquiridas pela Câmara de Vale de Cambra, com o objetivo, entre outros, de ali criar um museu nacional dos laticínios.