O Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica (CENFIM) comemorou no esta sexta-feira, 5 de dezembro, o seu 40.º aniversário, num jantar que reuniu representantes da indústria, dirigentes associativos, entidades públicas, responsáveis da formação profissional e empresários de referência do setor. O evento assinalou quatro décadas de compromisso com a qualificação, a inovação e o reforço da competitividade do tecido industrial do concelho de Olivera de Azeméis – onde se encontra sediado o núcleo – mas também da região e do país.
Cristina Maria Santos
Ao longo de 40 anos, o CENFIM tornou-se uma instituição incontornável do setor metalúrgico e metalomecânico. A diretora do núcleo de Oliveira de Azeméis, Teresa Bernardino, oradora principal da cerimónia, destacou na sua intervenção que, desde a fundação, “já passaram pelo núcleo de Oliveira de Azeméis, mais de 32 mil formandos” e que, atualmente, o centro “movimenta cerca de mil formandos por ano”, números que, segundo afirmou, refletem a confiança crescente das empresas e o impacto direto da formação na economia regional.
Quatro décadas a formar talento para um setor estratégico
Numa região onde existe uma forte concentração de empresas da metalurgia e metalomecânica — muitas delas líderes nacionais nas suas áreas — o CENFIM tem sido um aliado estratégico das indústrias que enfrentam, há anos, escassez de mão de obra qualificada.
Com uma taxa de empregabilidade que os 100%. Isto não acontece por acaso: acontece porque há uma necessidade real no mercado e porque “as empresas reconhecem a qualidade dos nossos formandos”, sublinhou a diretora, acrescentando que esta ligação direta ao mercado de trabalho é um dos pilares distintivos do modelo de ensino do centro.
Uma resposta sólida à falta de mão de obra qualificada
Durante o seu discurso, a diretora reforçou que uma das grandes missões do CENFIM é dar resposta a uma lacuna que se tem acentuado em todo o setor: a falta de profissionais qualificados.
“As empresas precisam de técnicos altamente preparados, mas precisam também de pessoas capazes, responsáveis, adaptáveis e com capacidade de aprender ao longo da vida. Por isso, no CENFIM, formamos cidadãos, não apenas técnicos”, afirmou.
A abordagem pedagógica centrada no desenvolvimento integral dos formandos tem sido, segundo a responsável, um fator determinante no sucesso do centro. Prova disso, são as histórias de vida de ex-formandos que hoje ocupam cargos de chefia, supervisão, programação avançada, engenharia de processo e outras posições de elevada especialização.
“Temos ex-alunos que são hoje responsáveis de produção, gestores industriais, programadores CNC de referência e até empresários. São exemplos que demonstram que a formação que aqui recebem é uma porta aberta para carreiras de sucesso”, referiu.
Infraestruturas modernizadas e tecnologia de ponta
A responsável, que se encontra no núcleo há 26 anos, dos quais é diretora há sete – referiu-se ainda à evolução das infraestruturas do núcleo de Oliveira de Azeméis ao longo dos seus 38 anos de existência, fruto de um investimento contínuo na modernização tecnológica.
“Temos hoje instalações de que nos orgulhamos — modernas, equipadas e pensadas para responder às exigências atuais da indústria”, afirmou Teresa Bernardino.
O destaque recaiu sobre a inauguração recente daquela que classificou como “a maior, a melhor e a mais bem equipada academia de CNC do país”, equipada com máquinas de última geração, simuladores de programação avançada e sistemas tecnológicos alinhados com a Indústria 4.0.
Aqui, os formandos aprendem com as mesmas tecnologias que vão encontrar nas empresas mais inovadoras do setor, reforçou.
A proximidade às empresas: o segredo para o ‘casamento perfeito’
Teresa Bernardino fez ainda questão de reforçar que uma das principais mais-valias do CENFIM reside na relação estreita e contínua com as empresas. É essa proximidade, explicou, que garante uma adequação real e permanente entre a formação e as necessidades do mercado de trabalho.
“O segredo está no conhecimento profundo que temos do tecido empresarial. Isso permite-nos fazer o ‘casamento’ perfeito entre formando e empresa. Temos conseguido colocar a peça certa no local correto, e isso faz toda a diferença”, afirmou.
Essa ligação privilegiada traduz-se não apenas em elevada empregabilidade, mas também em estágios facilitados, visitas técnicas, projetos conjuntos, recrutamento direto e acompanhamento permanente das empresas quanto às suas necessidades emergentes.
Um conselho estratégico às empresas: recrutar perto de casa
Dirigindo-se aos empresários presentes – onde também se encontravam alguns empresários de referência no setor, do concelho de Vale de Cambra – a responsável deixou ainda uma reflexão sobre a retenção de talento, um dos temas mais sensíveis do setor atualmente.
“Se as empresas querem que os recursos se mantenham e fiquem com elas, o primeiro segredo é recrutar pessoas da sua zona geográfica”, afirmou, defendendo que a proximidade entre o local de trabalho e o contexto social e familiar do trabalhador tem um impacto direto na estabilidade e fidelização das equipas.
Cursos especializados que respondem à indústria
O CENFIM mantém uma oferta formativa especializada, alinhada com as tecnologias e competências mais procuradas no setor metalomecânica. Entre os cursos atualmente em funcionamento encontram-se:
- Maquinação e Programação CNC
- Manutenção Industrial
- Desenho de Construções Mecânicas
- Soldadura
Cursos que, segundo a diretora, “continuam a ser estratégicos e altamente valorizados pelas empresas”.
Ao celebrar 40 anos de existência, o CENFIM reafirma o seu papel como um dos maiores pilares nacionais na formação industrial. Quatro décadas depois, permanece fiel ao compromisso que o viu nascer: formar profissionais de excelência e contribuir, de forma decisiva, para o desenvolvimento económico e tecnológico da indústria local, regional e nacional.
O Cenfim foi constituído a 15 de Janeiro de 1985, por protocolo entre aquelas que são hoje a Associação dos Industriais Metalúrgicos Metalomecânicos e Afins de Portugal, a Associação Nacional das Empresas Metalúrgicas e Eletromecânicas e pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional. Quatro anos depois, iniciava actividade o Núcleo do Cenfim de Oliveira de Azeméis.






