A deputada do PSD Adriana Rodrigues manifestou, esta terça-feira, preocupação pelo futuro da atividade vitícola de Vale de Cambra, pedindo ao Governo a adoção de medidas de atração de jovens para o setor e ações de fiscalização. Numa audição do ministro da Agricultura e Mar, a parlamentar social democrata defendeu incentivos financeiros aos agricultores e viticultores.
“A viticultura em Vale de Cambra está a definhar e é muito triste para os valecambrenses ver a Adega Cooperativa reduzida a um terço da sua capacidade de produção” – lamentou Adriana Rodrigues na Comissão de Orçamento, ao mentou tempo que solicitava medidas para a valorização do agricultor e para atração de jovens para esta carreira.
A deputada aveirense lembrou, na sua intervenção, que a média etária dos agricultores da União Europeia ultrapassa os 55 anos e em Portugal “a situação é ainda mais acentuada”, para enfatizar que esta é uma realidade que se sente, também, na Adega Cooperativa de Vale de Cambra. Para Adriana Rodrigues, a situação “poderá ter repercussões muito graves a curto prazo ao nível da produção de matéria prima, ou seja, das uvas”.
“A maioria dos viticultores são idosos e não há quem continue o seu trabalho. Será, pois, necessário captar os jovens, incentivando à produção, uma vez que no panorama atual a produção vitícola em regime de minifúndio acarreta bastantes prejuízos” – sustentou a deputada do PSD, defendendo “uma política nacional da produção dos vinhos, em especial dos vinhos verdes, que são únicos no mundo”.
Adriana Rodrigues preconizou um aumento da fiscalização, “de modo a que deixemos de ter importações ilegais de vinhos, em especial vindos de Espanha, que entram em Portugal a preços irrisórios e que são vendidos como se fossem vinhos verdes”, a juntar a “incentivos financeiros aos agricultores e viticultores, já que o preço pago ao produtor pelo quilo de uvas não cobre as despesas de produção”.
“No brasão de Vale de Cambra, os cachos de uvas simbolizam a fertilidade da terra e a importância da viticultura na economia local. A uva e o vinho são produtos tradicionais no concelho e a sua representação no brasão destaca a riqueza e a herança agrícola da região” – vincou a parlamentar social democrata, ao defender a preservação da atividade e ao lamentar que esta esteja a definhar.

