As ruas de Vale de Cambra começam a estar movimentadas e o bom tempo que se faz sentir tem trazido mais gente à cidade, na segunda fase de desconfinamento. Contudo, comerciantes e empresários continuam com receio do futuro, mas motivados para o enfrentar.
A segunda fase do plano de desconfinamento progressivo, motivado pela pandemia Covid-19, decretado pelo Governo começou na segunda-feira. Uma das mudanças autorizadas foi a reabertura das lojas até 200 metros quadrados e com porta para a rua que, até então, apenas tinham permissão para vendas ao postigo. Desta vez, os comerciantes estão mais motivados.
“É altura, de demonstrar confiança nos empresários e nos cidadãos para o cumprimento das medidas de saúde pública”, avisa o presidente Associação Empresarial de Cambra e Arouca (AECA), que acompanhou a reabertura do comércio e restauração em Vale de Cambra, na abertura do novo desconfinamento.
Em declarações ao Voz de Cambra, Carlos Brandão diz ter encontrado um cenário de sobrevivência nas empresas que têm vindo a acumular dificuldades desde o início da pandemia.
“Com as dificuldades acumuladas ao longo de 2020, as empresas vão sobrevivendo, algumas com os apoios concedidos pelo Estado, embora insuficientes para compensar a redução da atividade e das vendas”, refere.
O presidente da Associação revela que há ainda empresas que se mantêm encerradas, nomeadamente na restauração porque não conseguem fazer face às despesas.
“Isto deve-se o facto de o regime takeaway não ser suficiente para suportar os custos de estrutura, compromissos financeiros, reposição de stocks, venda de produtos sazonais, compras, e também porque não têm espaço para expandir o negócio em esplanada”, explica.
Mas há vários cafés e restaurantes de Vale de Cambra que já abriram portas e as esplanadas já se encontram prontas para receber, segundo as normas implementadas pelo novo Estado de Emergência, grupos que não podem ultrapassar as quatro pessoas.
A fiscalização por parte das autoridades competentes aumentou nas esplanadas para controlar o risco de contágio. Uma medida que Carlos Brandão, diz agradar os proprietários dos estabelecimentos, “que nem sempre conseguem garantir o cumprimento das leis”.
“A higienização dos espaços, das mãos, cumprimento das regras de distanciamento social, uso de máscara, continuam a ser palavras de ordem”, avisa o responsável pela associação que representa os comerciantes e empresários do concelho.
O presidente diz que já era altura, de demonstrar “confiança nos empresários e nos cidadãos” para o cumprimento das medidas de saúde pública e apela ao consumo no comércio local.
“Apelo ao incentivo ao consumo no comércio e restauração locais, feito em segurança e quero alertar a população, para importância do seu contributo na sobrevivência da economia local”, frisa.
Segundo Carlos Brandão, os comerciantes e empresários do concelho estão a cumprir a legislação em vigor e, mesmo convictos das dificuldades, estão motivados, conclui.