“Conjunto de comportamentos dos militantes” foi a gota de água. João Carvalho Silva, Rosária Tavares e Daniel Barbosa deixam de ter o apoio do PSD local para representar o partido nos órgãos autárquicos.
Os órgãos concelhios do PSD de Vale de Cambra retiraram a confiança política aos militantes João Carvalho Silva, Rosária Tavares e Daniel Barbosa que, segundo os mesmos, “deixam assim de poder representar o partido em todos os órgãos autárquicos, para os quais foram eleitos nas listas do PSD, nas últimas eleições autárquicas”.
Na reunião que aconteceu no sábado, 19 de fevereiro, o plenário aprovou com a maioria dos votos e um voto contra, a proposta da comissão política do PSD, que visa a retirada de confiança política aos militantes.
De acordo com o comunicado enviado pelo comissão política de seção dos sociais-democratas, na base deste desentendimento estiveram um conjunto de comportamentos dos militantes João Carvalho Silva, Rosária Tavares e Daniel Barbosa que, segundo o partido, “configuram um quadro de total subversão dos princípios estatutários definidos, nomeadamente, comportamentos de total desrespeito, deslealdade, violação de princípios de boa-fé e, não menos importante, de violação dos estatutos do PSD”, refere a nota.
João Carvalho Silva foi eleito cabeça de lista do PSD na Assembleia Municipal de Vale de Cambra, nas últimas eleições autárquicas e Daniel Barbosa é também membro representante neste órgão deliberativo. Já Rosária Tavares assume funções na Assembleia Municipal mas também na assembleia de freguesia de Macieira de Cambra.
Segundo o que o Voz de Cambra conseguiu apurar junto do presidente da Assembleia Municipal de Vale de Cambra, a representação do PSD neste órgão mantém-se inalterada, uma vez que cabe aos membros eleitos proceder a qualquer alteração no seu estatuto e não aos partidos. Até ao momento, os deputados não manifestaram qualquer intenção de alterar o seu estatuto enquanto membros do partido neste órgão, por isso, a situação mantém-se como está desde o início do mandato.
“Os mandatos não são conferidos aos partidos mas sim aos membros eleitos”, explica Miguel Paiva.
A Assembleia Municipal de Vale de Cambra, liderada por Miguel Paiva (CDS), continuará composta por 13 membros do CDS-PP, quatro do PS e quatro membros do PSD, sendo que, apenas um membro – Ana Rita Martins será representado pelo PSD local.
“Continuaremos a exercer os cargos para os quais fomos eleitos”
João Carvalho Silva, Rosária Tavares e Daniel Barbosa reagiram através de um comunicado conjunto enviado ao Voz de Cambra no qual asseguram que irão continuar na Assembleia Municipal de Vale de Cambra – e, no caso de Rosária Tavares, também na assembleia de freguesia de Macieira de Cambra – enquanto autarcas eleitos pelo PSD e terminarão o mandato que lhes foi atribuído pelos eleitores, apesar de a concelhia social-democrata lhe ter retirado a confiança política.
“Continuaremos a exercer os cargos para os quais fomos eleitos na estrita defesa dos interesses da nossa terra, das nossas gentes e na prossecução de uma política autárquica que promova o desenvolvimento de todo o concelho de Vale de Cambra de acordo com o ideário social-democrata do partido que militamos”, afirmam.
Os autarcas acrescentam ainda que foram eleitos pelas listas do PSD e que a sua legitimidade advém do voto dos eleitores valecambrenses, pelo que garantem permanecer nesta posição até ao fim do mandato.
“Honraremos a confiança que nos foi depositada ao longo de todo o ciclo autárquico para o qual fomos eleitos”, salientaram os militantes”, declaram.
Os sociais-democratas frisam ainda o facto de só virem a público “discutir assuntos internos do partido”, para “repor a verdade”, uma vez que garantem não ter violado os estatutos, nem qualquer outro princípio de que estão a ser acusados.
“É absolutamente falso que em algum momento ou circunstância estes tiveram atitudes ou tomadas de posição que possam ter violado os estatutos do PSD, os valores da social-democracia ou qualquer princípio ético que deva nortear a atividade política, pelo que tais acusações mostram-se desprovidas de qualquer fundamento ou fundo de verdade”, concluem.